On my feet I walk, with my legs I run,
In my arms I'll hold another day.
With my head I think, from my heart I sing,
With my hands to my face I pray...
quarta-feira, março 30, 2005
Resumo do feriado... Foi bom. Coisas inacreditáveis aconteceram! Depois eu decido se elaboro sobre isso ou não... Mas achei que valia um comentário assim, ainda que de passagem.
Aproveito a deixa para falar sobre um assunto um pouco mais filosófico: o quanto de sua vida revelar num blog? Eu nunca tive problema com isso. Sempre escrevi o que estava a fim e pronto, sem pensar isso eu deveria contar, aquilo eu não deveria. Se tinha vontade de escrever, escrevia, se não, não.
Hoje um dos motivos - embora certamente não o único - que esse blog anda parado, é que eu ando com o pé atrás de contar coisas. Narrar coisas. Como se eu não quisesse... Ora, "como que" uma ova, é isso mesmo: não quero usar isso aqui como meio indireto de dar notícias para alguém. Quero continuar escrevendo como sempre escrevi, para mim, para ninguém e para todos.
Quando eu terminar de colocar a cabeça no lugar.
Apaguei o poste duplicado que tinha aí embaixo, mas agora deixa eu acrescentar mais um ensinamento de Matrix:
Choice is an illusion, created between those with power, and those without. Look there, at that woman. My God, just look at her. Affecting everyone around her, so obvious, so bourgeois, so boring. But wait... Watch - you see, I have sent her dessert, a very special dessert. I wrote it myself. It starts so simply, each line of the program creating a new effect, just like poetry. First, a rush... heat... her heart flutters. You can see it, Neo, yes? She does not understand why - is it the wine? No. What is it then, what is the reason? And soon it does not matter, soon the why and the reason are gone, and all that matters is the feeling itself.
This is the nature of the universe. We struggle against it, we fight to deny it, but it is of course pretense, it is a lie. Beneath our poised appearance, the truth is we are completely out of control.
You believe you're fighting for something... for more than your survival? Can you tell me what it is? Do you even know? Is it freedom or truth or, perhaps, peace; could it be love? Delusions, Mr. Anderson; vagaries of perception. Temporary constructs of a feeble human intellect trying desperately to justify an existence that is without meaning or purpose; and all of them as artificial as the Matrix, itself. Although, only a human mind could invent something as insipid as love!
Fragmentos das coisas que me fizeram chorar a noite inteira ontem. As coisas que eu me lembrar, óbvio, não vou lembrar de tudo. Sei que minha mãe acabou dormindo abracada comigo, eu achei que fosse para me dar conforto e companhia, mas hoje de manhã percebi que provavelmente foi pra se certificar de que eu não me mataria durante a noite. Não sei se era necessário, mas, de qualquer forma, foi bom. Obrigada, mamãe.
***
O mundo é uma merda. Tudo se resume a isso, basicamente. O que a gente é? O que a gente está fazendo? Por que eu me levanto da cama de manhã para lutar contra os meus problemas mundanos do dia a dia? Eu posso ganhar deles ou perder, mas, que diferenca faz? Eu fiquei melhor ou pior por causa disso? Eu sou uma pessoa diferente? O que importa quem eu sou, se existem seis bilhões de pessoas no mundo fazendo basicamente a mesma coisa?
Seis bilhões de pessoas no mundo tentando fazer alguma coisa. Algumas acham que conseguem. Eu aposto que o Brad Pitt, por exemplo, acha que vai morrer bem velho e ter na casa dele para deixar de heranca pros filhos, uma pilha enorme de DVDs com todos os filmes que ele estrelou. Achar que essa foi sua contribuicão para o mundo, que ele foi uma pessoa importante, que ele fez diferenca. Fez? Fez nada! Que diabos importam os filmes do Brad Pitt? As pessoas continuam nascendo e vivendo e morrendo por motivo algum, sem propósito, com ou sem filmes do Brad Pitt.
Nascendo e vivendo e morrendo. Como formigas. As pessoas andam pelo mundo assim, pra lá e pra cá, achando que estão fazendo coisas, algumas achando que estão fazendo coisas importantes como escrever leis para governar um país, outras achando que estão fazendo coisas sem importância como andar sem destino em uma cidade desconhecida, mas é tudo a mesma coisa. Formiguinhas andando pra lá e pra cá freneticamente, se esbarrando umas com as outras de vez em quando como formiguinhas fazem. Já viu duas filas de formigas andando uma em direcão à outra? Elas batem de frente, desviam, e seguem adiante para bater de frente na formiguinha seguinte. Sempre me perguntei por que as formigas fazem isso. Mas as pessoas são iguaizinhas.
Uma formiga não é diferente da outra, e uma pessoa não é diferente da outra. A gente acha que é, que existe um tal de livre arbítrio em que a gente faz o que quiser. Faz nada. A gente não manda no que a gente sente, e tudo o que a gente faz é controlado pelo que a gente sente. Essa é a nossa motivacão, o que a gente acha que importa, o que a gente acha que vai dar sentido à nossa vida. A gente acha que está fazendo o que quer mas na verdade está seguindo esse script, esse script que é colocado na nossa cabeca pelos nossos sentimentos. A gente só faz o que o script manda. Ninguém vive de verdade, a gente só assiste a um filme. E é sempre o mesmo filme. Ele é um filme chato e não acaba nunca.
Se você olhar bem, nada do que você corre atrás e até consegue, nada disso vai dar sentido à sua vida. Não vai porque um dia você vai ser velho e passar um mês no hospital e sair de lá com um marcapasso e achar que, mais uma vez, a vida continua, mas acorde! Um dia ela vai acabar e você não fez nada, absolutamente nada. Passou a vida inteira correndo atrás de desejos e quando você morre, os desejos morrem com você. Tudo que você fez foi inútil.
Eu não tenho motivacão. Eu não quero ter desejos. Eu saí da cama hoje de manhã por obrigacão, para lutar contra os meus problemas mundanos do dia a dia. Mas sem me iludir, eu sou apenas uma formiga. Eu queria que o mundo explodisse. De dentro pra fora, soltando bilhões de pedacinhos de planeta voando pelo espaco, um em cada direcão. Em cada pedacinho, uma pessoa. Sozinha. Porque é assim que todos nós estamos, sozinhos, então pra que continuar com essa brincadeira idiota de achar que se convive com outras pessoas e se forma lacos que têm significado?
Todas essas coisas estão me sufocando. Eu estou como que não conseguindo respirar. Não, não é nada com meu pulmão, é minha mente. Minha mente não consegue respirar. No mundo todo, 24 horas por dia, bilhões de pessoas estão fazendo coisas. Um monte de coisas estão acontecendo e não pára nunca. Não pára nunca. O barulho, a agitacão, a criacão de informacão. O mundo me sufoca e eu não consigo parar para respirar. Eu não quero estar aqui. Não quero. Mas, se não aqui, onde então? Não existe saída deste jogo idiota? -Por que será que quando a gente está bem, a gente não pensa sobre essas coisas? -É o contrário, mãe. Quando a gente não está pensando sobre essas coisas, a gente acha que a gente está bem. Mas não existe isso de estar bem. É uma ilusão.
Eu ando vendo sinais do apocalipse por todos os lados. Estou falando que o mundo vai acabar, só que ninguém acredita em mim. Depois não digam que eu não avisei...
Enquanto isso, divirtam-se com este papo a altas horas da noite, eu e minha mãe, eu bêbada de Lexotan, ela sabe-se lá de que, após um sinal do apocalipse dos mais idiotas - um pedaço da moldura da janela caiu. -Vai cair um meteoro. -É assim que o mundo vai acabar? -O mundo vai entrar numa nova era do gelo, não vai ter mais comida, vai todo mundo morrer de fome. -Mas de fome é muito ruim! Não tem outro jeito de morrer, não? -Tem, aquelas pílulas de suicídio para astronautas, o governo vai distribuir pra gente não precisar morrer de fome. -Que governo? O Lula? -Não! O FBI! Sei lá! -Ah, mas tem pílula pra todo mundo? -Não, mas é que depois que cair o meteoro, ainda tem alimentos não-perecíveis suficiente pra gente sobreviver e rolar uma produção em massa das pílulas de suicídio. -Saquei. Daí todo mundo morre. -Isso. Depois os alienígenas pousam e... -Quais alienígenas? -Como assim, quais?? Os alienígenas, oras! Eles pousam e pegam todos os cadáveres e... -Todos? -Não, todos não. Eles pegam só os que eles precisarem para estudar a gente. -Mas eles não podem estudar pessoas mortas. -Podem sim, pelo DNA. Daí eles vão para um outro planeta numa outra galáxia, e lá eles vão recriar a raça humana. -Ah, então é assim que vai acontecer? -É. Mas eles ainda estão tentando decidir se vão largar a gente lá, assim... -Ao léu... -Isso... Ou se vão deixar a gente com um pouco de civilização. Você sabe. Livros. Cultura. Internet. -Internet? -Claro, senão como a gente vai mandar email? -Mandar email pra quem? -Pra Míriam! Pra fazer o fechamento de fevereiro! -Aaaahhh! ... -Boa noite. -Tomara que os alienígenas deixem a internet. -Vai ter que ter um monte de outras coisas pra poder ter internet. -É, mas só o que for essencial. O importante é a internet.
Oh, ironias do destino. Daqui a pouco eu vou estar querendo engordar.
O eterno conflito entre duas coisas igualmente prazerozas: Deitar na beira da piscina neste sol lindo, ou ignorar o sol e se enfiar embaixo de um edredon com o ar-condicionado ligado?
Remédios são estranhos. Às vezes eles funcionam, às vezes não.
Façam suas apostas, quantas pessoas vão de fato aparecer na minha festa de aniversário?
Sabe aquela música idiota o amoooor é o caloooor que aqueeeece a aaaalma... que costumava me dar engulhos de tanto que eu detestava, pois não é que hoje eu gosto? Tem uma parte da letra que fala que olhar só pra dentro é o maior desperdício porque o amor pode estar do seu lado. Então o Sérgio, que adora errar a letra de todas as músicas, em vez de falar pra dentro falou pra frente. Eu achei que ficou melhor.
Eu preciso tirar esse "Jigglyblog de Natal". Já tá quase na hora do Jigglyblog de Páscoa.